Joaquim Cardozo - Poema



JOAQUIM CARDOZO




Chuva de caju



Como te chamas, pequena chuva inconstante e breve?
Como te chamas, dize, chuva simples e leve?
Teresa? Maria?
Entra, invade a casa, molha o chão,
Molha a mesa e os livros.
Sei de onde vens, sei por onde andaste.
Vens dos subúrbios distantes, dos sítios aromáticos
Onde as mangueiras florescem, onde há cajus e mangabas,
Onde os coqueiros se aprumam nos baldes dos viveiros
e em noites de lua cheia passam rondando os maruins:
Lama viva, espírito do ar noturno do mangue.
Invade a casa, molha o chão,
Muito me agrada a tua companhia,
Porque eu te quero muito bem, doce chuva,
Quer te chames Teresa ou Maria.


Imagem retirada da Internet: Caju.

2 comentários:

  1. Suave esse poema, deixa a gente meio a sonhar.
    Já postei no meu blog, ficou legal, mas a parte visual poderia ser melhor...se eu soubesse fazer melhor.
    Obrigada pela colaboração.
    beijo amigo

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  2. Chico, acompanho sua poesia ha tanto tempo! Parece que ela faz parte de mim. Obrigada pelas palavras.

    Grande abraço!

    ResponderExcluir

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